PARANAUÊ DA QUEBRADA (Ricardo Moreira)


Chegou minha folga na escala,
pensei que, enfim, eu fosse descansar,
mas quem manja dos "paranauê da quebrada"
sabe que é cilada, não dá.

Esquece, que não tem finesse,
sonzinho ambiente, um bom vinho, um foie gras.
Tudo é feito com a "sutileza"
que Bush usou pra invadir Bagdá.

O primeiro que passa é o lixeiro;
depois, as testemunhas de Jeová;
A Brasília do ovo; a Kombi da pamonha
e o rapaz que oferece sofá.

O vizinho não larga a Makita,
criança que grita em desafio aos pais...
A disputa pra ver qual rádio mais irrita
e a tal da musiquinha do gás.

Tem a calopsita da casa da frente,
o cachorro da casa de trás.
Só na hora do Brasil Urgente
que dá para se ter um pouquinho de paz.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

PAFÚNCIO (Ricardo Moreira)

O JOIO E O TRIGO (Ricardo Moreira)

INVISÍVEIS (Ricardo Moreira)