CICLO DO MAINSTREAM

 Em grande parte, nasce de uma folha em branco,
que algumas letras tingem lhe dando um sentido...
Vira canção, faz excursões com saltimbancos,
depois que um violão coloca uns sustenidos.

Ganha um arranjo com toques de banjo e flauta,
dita a pauta dos cadernos culturais,
e aí cai nas graças, vai de febre entre internautas
a fundo musical que inspira alguns casais.

Ganha um arranjo com toques de banjo e flauta,
dita a pauta dos cadernos culturais,
telões, coreografias, luzes da ribalta,
fogos de artifício, orquestras e corais.

Mas, desde sempre, existe um ciclo: vida e morte.
(E hoje há um recorte de que isso é bem mais fugaz)
Ainda que um texto gere visto em passaporte;
Muito em breve não encontrará canais.

Se veio em busca de palavra que conforte,
peço que tome outro norte, volte casas pra trás...
Queridos jovens que me ouvem, tenham sorte, 
mas notem que até Beethoven parou no caminhão de gás.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

PAFÚNCIO (Ricardo Moreira)

O JOIO E O TRIGO (Ricardo Moreira)

INVISÍVEIS (Ricardo Moreira)